Eu não gostaria nada de ser homem, ou pelo
menos desse perfil de homem muito másculo e viril que a sociedade impõe.
Ter um corpo forte, ser corajososo, ter
habilidade para os desportos, evitar expressar os meus sentimentos, ter de me
deitar com quanta rapariga há como se se tratasse duma competição, seria muito
cansativo...
Bom, para aqueles homens que harmonizam
com esse estereótipo e que apresentam todas as características próprias do
perfil, a vida seria máis fácil. Dizem que quem vive na ignorância, vive mais
feliz, não é?
No entanto, que passa quando um homem não
cumpre com todos os requisitos?
Existem muitos homens frustrados, que lutam
por chegar a ser macharrões, mas não conseguem!
Se fosse um homem que não gostasse de
fútebol, seria a burla dos meus amigos homens, o que se acrescentaria caso
simpatiçasse com a dança, o pilates ou a patinagem. E desse jeito, qual seria o
meu plano para os domingos enquanto todos os meus amigos homens estivessem a
ver o jogo no bar?
Se o meu corpo fosse muito magro e fraco,
além de inábil para os desportos, fariam troça de mim, dizendo que sou mesmo um
mariquinhas.
Se fosse também um homem feio, e por cima
falto de atitude no engate, possivelmente
atrassaria as minhas experiências sexuais até os vinte e tal, sendo também
objeto de escárnio na minha manada de colegas. A minha autoestima reduziria-se
até o rés do chão, assim como as minhas faculdades de procriação.
Alem disso, teria também de me monstrar
sempre duro e valentão. E que passa se eu sou um homem que não gosta de
arriscar a minha vida a conduzir um carro por cima dos 110 qm/h?
Se tivesse mala sorte de nascer homem,
mostrar os meus sentimentos ou as minhas emoções seria um ato de fraqueza. Não
poderia expressar medo, tristeza, dor, ou mesmo chorar diante dos meus amigos e
familiares homens.
E quem é capaz de viver assim?
Eu, na verdade, não.
Ningún comentario:
Publicar un comentario